segunda-feira, 20 de maio de 2013

Síndrome do coração partido traz riscos às mulheres com mais de 50

O coração sadio se contrai por inteiro para bombear o sangue para o organismo. Na síndrome do coração partido, uma forte emoção faz com que uma quantidade enorme de adrenalina atue sobre a enervação da ponta do coração, impedindo que ela se contraia. Com a dificuldade de contração, a ponta do coração fica inflada, enquanto a parte de cima se comprime normalmente. Assim, o meio do órgão parece estar partido
Não é preciso muita busca para encontrar alguém que, após uma forte emoção, tenha sentido o coração disparar. Mas, se o peito doer, pode ser um aviso de que o coração realmente se partiu. Dramas à parte, o alerta chama atenção para um problema real e bem perigoso, a síndrome do coração partido. De românico, o mal só tem o nome. Embora raramente leve à morte, ele pode acarretar problemas sérios de saúde.

— A síndrome do coração partido é similar a um enfarte e envolve os mesmos riscos — diz Ricardo Mourilhe, da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio.
Segundo o médico, quando uma pessoa passa por um episódio que abale fortemente seu emocional — seja uma desilusão ou uma festa surpresa — , o corpo libera grande quantidade de adrenalina. Se ultrapassar a normalidade, provoca a perda dos nervos na ponta do coração, que deixa de se contrair durante os batimentos. A ponta fica inflada, enquanto a parte de cima do órgão se comprime normalmente para bombear o sangue. Assim, o meio do coração parece estar, literalmente, partido.

Na síndrome, assim como no enfarte, há dor intensa e pressão no peito, dificuldade para respirar, enjoos. Segundo cardiologistas, só é possível identificar a síndrome após a realização de três exames: eletrocardiograma, exame de sangue e cintilografia, que consegue identificar a perda de nervos no órgão.

— A diferença entre a síndrome e o enfarte é que, em vez de obstruída, a artéria fica mais fina que o normal — explica o cardiologista Marcelo Sampaio.
As vítimas preferenciais da síndrome são mulheres com mais de 55 anos. Além de se envolverem mais emocionalmente com os problemas, após a menopausa, elas perdem a proteção natural que o hormônio estrogênio exercia sobre o coração. A boa notícia é que, quando detectada a tempo, a síndrome não deixa sequelas e logo o coração volta ao formato normal.

— As mortes estão em cerca de 50% porque as pessoas não procuram o hospital de imediato — diz Mourilhe.
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