De repente, as mãos e os pés começam a ganhar volume, e o rosto fica mais largo. A aparência que lembra o personagem Shrek, porém, é o menor dos problemas de quem tem acromegalia, uma doença associada ao descontrole do hormônio do crescimento. Longe do alcance dos olhos, órgãos do paciente também crescem, trazendo risco de diabetes, doenças cardíacas e pulmonares.
— A causa geralmente é um pequeno tumor benigno numa área do cérebro chamada hipófise. Esse tumor estimula a produção do hormônio do crescimento. Se o quadro acontece na infância, é o que chamamos de gigantismo — explica o endocrinologista Marcello Bronstein, professor da Universidade de São Paulo (USP).
Para alertar sobre a síndrome, o Instituto Espaço de Vida promove hoje, de 11h às 16h, ações educativas na Central do Brasil, no Mercadão de Madureira e na UPA do Complexo do Alemão. A ideia é incentivar o diagnóstico precoce, que aumenta a possibilidade de cura.
— No início, as alterações são mais sutis e a pessoa pode nem perceber. Mas o quadro vai se agravando se não houver tratamento. Existem medicamentos que controlam o hormônio, um deles já está disponível no SUS.
O que falta é conhecimento — diz Christine Battistini, fundadora do Espaço de Vida.
Apesar do avanço dos remédios, Marcello Bronstein ainda considera que o melhor tratamento é a cirurgia.
— Ela é eficaz principalmente em tumores pequenos, chamados microadenomas. Os medicamentos são indicados para os tumores maiores, que ainda comprimem as vias óticas, levando a problemas visuais — afirma.
Exame de sangue
O diagnóstico pode ser feito a partir da dosagem do hormônio do crescimento (GH), a partir de um exame de sangue. Em caso positivo, outros testes são feitos para confirmar que o paciente realmente é portador da doença.
— Alguns médicos não estão habituados à acromegalia. Se você verificar os sintomas em um parente, amigo ou em você mesmo, procure o médico e fale sobre o assunto — lembra Bronstein.
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